segunda-feira, 27 de junho de 2011

O MANDACARÚ

Mandacaru é um cacto!
Aquele que tem três quinas,
Tem os espinhos cumpridos,
Com todas as pontas bem finas,
Se você quer encontrar,
Basta você ir passear,
Nas caatingas nordestinas.

O poeta se delicia,
Quando alguém lhe der um tema,
Seja pra falar do mororó,
De angico ou da jurema,
Mas aqui eu falo do cacto,
Que um radialista pacato,
Viajou neste dilema.

Não sei porque cargas d’águas,
Pediu pra eu trabalhar,
Pra falar do mandacaru,
Sem precisar pesquisar,
Tem uma fruta vermelha,
Que quem gosta é a abelha,
Com a necta se deliciar.

Poderia ser o marmeleiro,
Ou mesmo a sipaúba,
O carrasco ou paucotê,
Frei Jorge ou timbaúba,
Não pensou em urucu,
Quis foi o mandacaru,
Nem lembrou da carnaúba.

Poderia ser o pau ferro,
Ou mesmo o pau Brasil,
No meio de tantos frutos,
Ele foi muito sutil,
Foi numa arvore diferente,
Que chama atenção da gente,
E que ninguém descobriu.

Esta planta ela resiste,
Muito tempo sem chover,
Passa seca muitas secas,
E pode sobreviver,
É verde igual à palmeira,
Sua história é verdadeira,
E nunca que vai morrer.

Segundo um radialista,
La da radio mineral,
O mandacaru é uma planta,
Muito medicinal,
Comida dos animais,
Contem os sais minerais,
Não existe outro igual.



O locutor falou também,
Das suas curiosidades,
Faz o xarope expectorante,
E outras necessidades,
O remédio de vesícula,
Dentro de suas partículas,
Existem as particularidades.

É só fulora na seca,
Como diz o Gonzagão,
O mandacaru fez história,
Do nosso rei do Baião,
Por isso nesta passagem,
Preparamos esta homenagem,
Com esta fruta do sertão.

Poderíamos ter falado,
Aqui também do cajueiro,
Da mangueira tão frondosa,
Ou até do Juazeiro,
Ou até do pé de umbu,
Mais foi o mandacaru,
Que venceu neste roteiro.

Tem uma história do passado,
Muitas vezes foi contada,
Uma vez o lampião,
Tava de barguia virada,
Fez o cabra ficar nu,
E abraçar o mandacaru,
E dar cinqüenta barrigadas.

Tem a unha de gato,
Tem também a aroeira,
Poderia ter falado,
Até mesmo a goiabeira,
Mais aqui quem foi lembrado,
Foi a planta do serrado,
Que hoje passa ser a primeira.

O mandacaru é uma palma,
De uma forma diferente,
Serve até de refeição,
Já matou fome de gente,
Quem contou foi meu avô,
Foi assim que me falou,
Eu não conto diferente.

Veja que o mandacaru,
Tem sua história singular,
É através de um tema,
Que podemos pesquisar,
Deixo um abraço ao leitor,
E agradecer o locutor,
Esta curiosidade vercerjar.

(BARREIRO GRANDE POETA CORDELISTA)

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