segunda-feira, 27 de junho de 2011

O MUNDO SÓ FOI PRESTAR,
DEPOIS QUE EU NÃO PRESTO MAIS.

Nasci na década de vinte,
De lá pra cá, já mudou,
No governo de Juscelino,
Lembro como ele atuou,
Era de Getulio Vargas,
Não tinha roubo de cargas,
Mensalão, nem marajás.
E hoje eu vivo a pensar,
O mundo só foi prestar
Depois que não presto mais.

Nos primeiros quinze anos
Eu vivi na adolescência,
Conheci poucos fulanos
Vivia na decadência,
Porém cabra de juízo.
Uma coisa eu lhe aviso,
Eu nunca mijei pra trás.
Nem falava em furunfar,
O mundo só foi prestar
Depois que não presto mais.

Até os cinquenta anos,
Eu só vivia rezando,
As pessoas que me viam,
Já vinham logo falando,
Era oficio, e mais oficio,
Não tinha tempo difícil,
Rezava com os pastorais,
Sem tempo pra namorar,
O mundo só foi prestar
Depois que não presto mais.

A minha mãe me pedia,
Leva as cabras pro barreiro,
Cuida dos porcos dos bodes,
Dos burregos e dos carneiros,
Eu vivi nesta labuta,
Todo dia era uma luta,
Correndo nos juremais,
Hoje eu vou e me escabelar,
O mundo só foi prestar
Depois que não presto mais.

Hoje é outra realidade,
Estou com quase oitenta,
Com muita vitalidade,
As negas nem agüenta,
Não preciso de viagra,
Tentam me pegar no flagra,
Boto é com gosto de gás.
Na vida eu quero é gozar,
O mundo só foi prestar,
Depois que não presto mais.

Grande Barreiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário